Sempre cultivei algum tipo de encantamento, carinho e fascínio com as montanhas. Mas também como todo genuíno mineiro, já me peguei pensando que estamos presos aqui, neste reduto de relevos, sem o afago do horizonte onde se vê o mar. Minas Gerais não é coisa fácil de se cultivar.
Há se perceber pelo nome, Minas, que nos remete ao velho & tradicional hábito de minerar, extrair e de pouco plantar. Por vezes reféns da nossa própria trajetória, despercebemos todos os outros horizontes que as montanhas nos fazem poder ver.
Eis então a Serra da Mantiqueira, que cria divisas entre Minas, São Paulo e Rio de Janeiro. Neste terceiro vídeo-corrida-visita assinado com meu irmão Fernando Biagioni, descemos ao Sul de Minas para tatear uma cidade que reflete as múltiplas paisagens e narrativas que desenham este estado de afetos.
Gravado nos picos e vales de Monte Verde, fica aqui o nosso documento sobre a saudade que cultivamos sobre o futuro. Visitamos a Índia aprisionada pela lenda – e vasculhamos o Sol para fazer crer os sonhos que acreditamos. Correr é um ato de liberdade. Minas Gerais são muitas!
A Serra Que Chora
4 de dezembro de 2019